quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Crítica de teatro: "Rock in Rio - O Musical"


Para inaugurar a belíssima Grande Sala de espetáculos da Cidades das Artes, Rodrigo Nogueira escreveu Rock in Rio - O Musicallivremente inspirado na história de um dos maiores Festivais do Mundo, que acontece no Rio de Janeiro desde 1985.
O autor se sai muito bem. Segue uma linha de dramaturgia que mistura a realidade e a ficção, cotejando momentos políticos do nosso país, onde a música de alguma forma teve importante papel libertador e aglutinador. Aoescolher a música como o meio de protestar de um grupo de jovens estudantes, Nogueira destaca o fundamental papel da Arte na formação do indivíduo. 
Sofia (Yasmin Gomlevsky), é a jovem protagonista, filha do organizador do Festival de Música, Orlando, vivido por Guilherme Leme, e para superar a ausência da mãe direciona a sua revolta em um discurso lógico, rígido e afiado, onde a música não encontra espaço. 
Leme se ajusta perfeitamente ao seu personagem, vivendo no limite desse conflito familiar e o amor à filha Sofia, Yasmin, boa atriz que já vinha se firmando e agora se revela como cantora.

eu par romântico é defendido por Hugo Bonemer, que interpreta Alef, o jovem que se recusa a falar, movido pela dor da perda do pai, e só se comunica através da Música. Completando o casting principal, Lucinha Lins, representa a professora da Universidade Gloria, mãe de Alef, e é responsável  pelos momentos de maior emoção do espetáculo, ao lado de Hugo Bonemer, ambos com interpretações marcantes e lindas vozes. 
O grande elenco faz por vezes o público cantar, relembrando momentos reais do Festival, com bons desempenhos, destacam-se as participações da experiente Kaku Gomes, do ótimo Ícaro Silva, da bela voz de Bruno Sigrist, do hilário Caike Luna, Luiz Pacini, Emílio Dantas e Chris Penna, acompanhados por uma banda de nove músicos. 
A direção musical é de Délia Fischer, que criou novos arranjos para as canções que marcaram as diferentes edições do Rock in Rio, como Pro Dia Nascer Feliz, de Cazuza,Don't Let The Sun Go Down On Me, de Elton John, Freedom, de George Michael, Óculos, de Herbert Vianna, Fear Of The Dark, do Iron Maiden, Love Of My Life, de Freddie Mercury, entre outras, no original e em versões do autor Rodrigo Nogueira. 
João Fonseca apresenta o seu melhor trabalho como diretor de musical e vence de início o desafio de preencher o imenso espaço cênico com cenas bem dirigidas e criativas e, para isso, conta com a grande ajuda das ótimas coreografias de Alex Neoral.
Os figurinos multicoloridos de Thanara Schönardie são bastante originais e remetem ao universo jovem e da música. Nello Marrese, em parceria com Natália Lana, é responsável pela concepção dos mais de vinte cenários, conseguindo bons e funcionais efeitos cênicos. Paulo Cesar Medeiros valoriza o excelente trabalho de iluminação do espetáculo. Design de som – Marcelo Claret - principal responsável pelo sucesso do som da Sala e toda a logística e ajustes necessários ao seu perfeito funcionamento.   
Rock in Rio - O Musical está em cartaz na Cidade das Artes, na Barra. 
Vale aqui um elogio ao seu Diretor, Emilio Kalil, pela abertura do espaço, projetado pelo arquiteto francês Christian de Portzamparc, ainda que não em sua plena capacidade de funcionamento  -  duas salas de espetáculos e 21 espaços multiuso compostos por três cinemas (total de 500 lugares), galeria de arte, salas de ensaio, salas de aula, lojas, cafeteria e restaurante  -  mas que já traz para a Cidade um Teatro de 1.224 lugares, com os melhores recursos técnicos e artísticos. Parabéns ao Rio de Janeiro por mais essa Casa de Espetáculos.


FONTE : Terra

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

“Eu sou a rainha do musical”, diz Lucinha Lins sobre sua volta aos palcos com “Rock in Rio – O Musical”






Mais de 30 anos após sua estreia em musicais, a atriz Lucinha Lins está de volta aos palcos. Dessa vez, a experiente atriz tem a responsabilidade de contar a história do maior festival de música do mundo. Prestes a completar 60 anos, Lucinha mostra que tem fôlego de sobra ao dar vida à professora Glória, em “Rock in Rio – O Musical”, que estrerou no dia 3 de janeiro, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ao Contracen@rte, a atriz confessou que ainda fica nervosa a cada apresentação e que o "Rock in Rio" faz parte da sua vida.
                                      

Com orçamento de R$ 12 milhões e produção 100% made in Brasil, o musical impressiona. Escrito por Rodrigo Nogueira (indicado ao Prêmio Shell por “Play”) e dirigido por João Fonseca (de “Tim Maia - O musical”), o “Rock in Rio - O Musical” conta uma história fictícia e lúdica, inspirada nas emoções e transformações que a música é capaz de provocar. O espetáculo brinda os 29 anos do festival e aposta novos e antigos sucessos para agradar várias gerações.

Sem localização geográfica ou temporal, a trama acompanha a trajetória de superação de Sofia (Yasmin Gomlevsky, de O diário de Anne Frank) e Alef (Hugo Bonemer, de Hair). Enquanto a menina, filha do organizador do maior festival de rock do mundo, não suporta ouvir música, o rapaz, mudo depois de sofrer um trauma familiar, tem um mundo particular, que expressa justamente pela música. No palco, Lucinha Lins faz a mãe de Alef, que sonha em ver o filho falar novamente. Para ela, “Rock in Rio – O Musical” vai agradar pais e filhos. 



fonte : contracenarte

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

''Seria impossível não participar desse projeto Rock in Rio'' diz Lucinha Lins


- Seria impossível não participar desse projeto porque o “Rock in Rio” faz parte da trilha sonora da minha vida e marcou diversos momentos importantes. Esse espetáculo "pega pelo pé" desde quem tem 14 anos até quem tem 70. Acho que o maior desafio do Rodrigo Nogueira foi exatamente agradar a todos os públicos. Acredito que temos um marco dentro do teatro musical brasileiro – diz Lucinha Lins.

Rock in Rio Musical inaugura novo espaço de espetáculos carioca




“Se a vida começasse agora e o mundo fosse nosso outra vez. Se a gente não parasse mais de cantar, de sonhar, de viver”.  Os versos da canção-tema do festival que incluiu o Brasil na rota dos grandes shows internacionais inspiraram Rodrigo Nogueira a escrever “Rock in Rio – O Musical”, megaprodução da Aventura Entretenimento. Dirigido por João Fonseca, o espetáculo inaugura a Grande Sala da Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, em esquema de soft opening, já que o local só terá sua estrutura completa em funcionamento no decorrer de 2013 e será aberto oficialmente em março. Com mais de 1.200 lugares, o teatro conta com 25 metros de boca de cena, uma das maiores do Rio de Janeiro.
Assista ao making of e a trechos do espetáculo
A ideia de montar o espetáculo partiu de Roberto Medina, idealizador do festival. O objetivo não era contar a história verdadeira por trás do evento, e sim apresentar uma trama fictícia e lúdica, inspirada nas emoções e transformações que a música é capaz de provocar. A peça acompanha a trajetória de superação de Sofia (Yasmin Gomlevsky) e Alef (Hugo Bonemer). Enquanto a menina, filha do organizador do maior festival de rock do mundo, não suporta ouvir música, o rapaz, mudo depois de sofrer um trauma familiar, expressa-se justamente por esta forma de arte.
- Quando assisti ao primeiro ensaio, foi duro pra mim porque volta à cabeça toda a dificuldade que foi levantar essa ideia em um país que era do Terceiro Mundo. A gente não tinha banda nenhuma, não tinha estrutura, não tinha nada. Caminhei sozinho durante um longo tempo para fazer esse festival acontecer. O país estava saindo de um momento de ditadura e eu sonhava em mudar o mundo. Viabilizar um grande show no Brasil para 40 mil pessoas era algo grandioso, mas nunca pensei nesse evento para ser pequeno, tinha que ser daquele tamanho para realizar meu sonho – recorda Medina, que lançou o Rock in Rio em 1985.
Mais de 600 atores participaram das audições realizadas pela Aventura para definir os intérpretes dos personagens. Yasmin Gomlevsky, estreante em musicais aos 20 anos, e Hugo Bonemer, 25, um dos protagonistas da superprodução “Hair”, encabeçam o elenco, que conta ainda com Lucinha Lins e Guilherme Leme, ambos com grande experiência nos palcos. Os atores serão acompanhados por uma banda formada por nove músicos.

- Seria impossível não participar desse projeto porque o “Rock in Rio” faz parte da trilha sonora da minha vida e marcou diversos momentos importantes. Esse espetáculo "pega pelo pé" desde quem tem 14 anos até quem tem 70. Acho que o maior desafio do Rodrigo Nogueira foi exatamente agradar a todos os públicos. Acredito que temos um marco dentro do teatro musical brasileiro – diz Lucinha Lins.
A peça é embalada por sucessos que marcaram diferentes edições do Rock in Rio, como “Pro dia Nascer Feliz”, do Barão Vermelho; “Freedom”, de George Michael; “Marvin”, dos Titãs; “Fear of the Dark”, do Iron Maiden; “Poeira”, de Ivete Sangalo; entre outras, em versões originais e vertidas para o português pelo próprio autor. A direção musical é de Délia Fischer, que criou novos arranjos para as canções, alinhados com a dramaturgia de cada cena. 

O diretor João Fonseca, que também foi responsável pela direção do grande sucesso “Tim Maia- Vale Tudo”, entusiasmou-se com as novas possibilidades oferecidas pelo projeto de “Rock in Rio” e conta que, assim que recebeu o convite, começou a imaginar o repertório de canções que poderia pôr em cena, e afirma que ter uma canção do “Queen” na trilha sonora da peça é um luxo.
- Nunca passou pela minha cabeça fazer uma peça como essa, e quando algo me desafia, já me interessa de cara. O fato de ser uma coisa absolutamente diferente despertou meu interesse, enxerguei um caminho novo no teatro. Começar esta montagem do zero não foi fácil, mas tivemos toda a liberdade na hora de criar, o que nos deu um imenso prazer.
Estreante na dramaturgia de musicais, Rodrigo Nogueira optou pela criação e desenvolvimento de um grande número de personagens. Jornalista e ator, Nogueira optou por não ter coro em cena e criou personagens para os mais de 20 atores que estão no palco. Sem saber o que escrever quando ingressou no projeto, Rodrigo conta que deixou-se levar pelo espírito do Rock in Rio.
- Estava muito tenso quando apresentei a ideia ao Roberto Medina. Disse a ele que poderia soar um pouco ingênuo, mas queria mudar o mundo. Ele respondeu que não era ingênuo porque foi exatamente por esse motivo que criou o Rock in Rio. Foi aí que percebi que estava no caminho certo. A trama brinca com o limite entre o real e o irreal, ponto de partida de todos os meus textos. Essa dualidade pode transparecer de diferentes maneiras: na relação entre música e palavra; o sonho e a realidade; o perfeito e o falho – define o autor. 



Fonte : Globo Teatro