sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Rock in Rio Musical inaugura novo espaço de espetáculos carioca




“Se a vida começasse agora e o mundo fosse nosso outra vez. Se a gente não parasse mais de cantar, de sonhar, de viver”.  Os versos da canção-tema do festival que incluiu o Brasil na rota dos grandes shows internacionais inspiraram Rodrigo Nogueira a escrever “Rock in Rio – O Musical”, megaprodução da Aventura Entretenimento. Dirigido por João Fonseca, o espetáculo inaugura a Grande Sala da Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, em esquema de soft opening, já que o local só terá sua estrutura completa em funcionamento no decorrer de 2013 e será aberto oficialmente em março. Com mais de 1.200 lugares, o teatro conta com 25 metros de boca de cena, uma das maiores do Rio de Janeiro.
Assista ao making of e a trechos do espetáculo
A ideia de montar o espetáculo partiu de Roberto Medina, idealizador do festival. O objetivo não era contar a história verdadeira por trás do evento, e sim apresentar uma trama fictícia e lúdica, inspirada nas emoções e transformações que a música é capaz de provocar. A peça acompanha a trajetória de superação de Sofia (Yasmin Gomlevsky) e Alef (Hugo Bonemer). Enquanto a menina, filha do organizador do maior festival de rock do mundo, não suporta ouvir música, o rapaz, mudo depois de sofrer um trauma familiar, expressa-se justamente por esta forma de arte.
- Quando assisti ao primeiro ensaio, foi duro pra mim porque volta à cabeça toda a dificuldade que foi levantar essa ideia em um país que era do Terceiro Mundo. A gente não tinha banda nenhuma, não tinha estrutura, não tinha nada. Caminhei sozinho durante um longo tempo para fazer esse festival acontecer. O país estava saindo de um momento de ditadura e eu sonhava em mudar o mundo. Viabilizar um grande show no Brasil para 40 mil pessoas era algo grandioso, mas nunca pensei nesse evento para ser pequeno, tinha que ser daquele tamanho para realizar meu sonho – recorda Medina, que lançou o Rock in Rio em 1985.
Mais de 600 atores participaram das audições realizadas pela Aventura para definir os intérpretes dos personagens. Yasmin Gomlevsky, estreante em musicais aos 20 anos, e Hugo Bonemer, 25, um dos protagonistas da superprodução “Hair”, encabeçam o elenco, que conta ainda com Lucinha Lins e Guilherme Leme, ambos com grande experiência nos palcos. Os atores serão acompanhados por uma banda formada por nove músicos.

- Seria impossível não participar desse projeto porque o “Rock in Rio” faz parte da trilha sonora da minha vida e marcou diversos momentos importantes. Esse espetáculo "pega pelo pé" desde quem tem 14 anos até quem tem 70. Acho que o maior desafio do Rodrigo Nogueira foi exatamente agradar a todos os públicos. Acredito que temos um marco dentro do teatro musical brasileiro – diz Lucinha Lins.
A peça é embalada por sucessos que marcaram diferentes edições do Rock in Rio, como “Pro dia Nascer Feliz”, do Barão Vermelho; “Freedom”, de George Michael; “Marvin”, dos Titãs; “Fear of the Dark”, do Iron Maiden; “Poeira”, de Ivete Sangalo; entre outras, em versões originais e vertidas para o português pelo próprio autor. A direção musical é de Délia Fischer, que criou novos arranjos para as canções, alinhados com a dramaturgia de cada cena. 

O diretor João Fonseca, que também foi responsável pela direção do grande sucesso “Tim Maia- Vale Tudo”, entusiasmou-se com as novas possibilidades oferecidas pelo projeto de “Rock in Rio” e conta que, assim que recebeu o convite, começou a imaginar o repertório de canções que poderia pôr em cena, e afirma que ter uma canção do “Queen” na trilha sonora da peça é um luxo.
- Nunca passou pela minha cabeça fazer uma peça como essa, e quando algo me desafia, já me interessa de cara. O fato de ser uma coisa absolutamente diferente despertou meu interesse, enxerguei um caminho novo no teatro. Começar esta montagem do zero não foi fácil, mas tivemos toda a liberdade na hora de criar, o que nos deu um imenso prazer.
Estreante na dramaturgia de musicais, Rodrigo Nogueira optou pela criação e desenvolvimento de um grande número de personagens. Jornalista e ator, Nogueira optou por não ter coro em cena e criou personagens para os mais de 20 atores que estão no palco. Sem saber o que escrever quando ingressou no projeto, Rodrigo conta que deixou-se levar pelo espírito do Rock in Rio.
- Estava muito tenso quando apresentei a ideia ao Roberto Medina. Disse a ele que poderia soar um pouco ingênuo, mas queria mudar o mundo. Ele respondeu que não era ingênuo porque foi exatamente por esse motivo que criou o Rock in Rio. Foi aí que percebi que estava no caminho certo. A trama brinca com o limite entre o real e o irreal, ponto de partida de todos os meus textos. Essa dualidade pode transparecer de diferentes maneiras: na relação entre música e palavra; o sonho e a realidade; o perfeito e o falho – define o autor. 



Fonte : Globo Teatro

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