quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Após oito meses no ar, 'Vidas em Jogo'

A novela da Rede Record ainda deve ficar mais quatro meses no ar. Foto: Divulgação
A novela da Rede Record ainda deve ficar mais quatro meses no ar



MÁRCIO MAIO
A telenovela de hoje tem cada vez mais protagonistas. Mas Cristianne Fridman faz algo inusitado e, nesse caso, bem interessante em sua Vidas em Jogo. Depois de oito meses no ar e com - no mínimo - mais quatro de exibição pela frente, a autora vem alternando as posições de alguns de seus principais personagens. Quem era vilão no início da trama, em maio, hoje aparece com ares de redenção. E, na contramão, personagens que sofriam nas mãos de outros passaram a ter atitudes que podem ser vistas com maus olhos, de alguns capítulos para cá. Uma experiência que vem fazendo crescer a audiência, sempre atingindo os dois dígitos esperados, chegando algumas vezes a marcar 15 pontos de média.
A ex-esnobe Patrícia, de Thaís Fersoza, e a durona Regina, de Beth Goulart, são bons exemplos. A primeira acabou sendo humanizada pela gravidez. Já a segunda precisou ser contaminada com o vírus HIV para perceber algumas das maldades que andava cometendo. Até a fogosa Divina, de Vanessa Gerbelli, que era casada, mas se entregava ao ambulante Ernesto, de Leonardo Vieira, se mostra digna de perdão ao tentar lutar pelos filhos na Justiça.
Em compensação o marido Severino, de Paulo César Grande, deixou de lado o jeito justo e piedoso de enxergar a vida. Agora, é preconceituoso em relação à postura de alguns amigos e vingativo, disposto a fazer a ex-mulher sofrer a todo custo. Desse jeito, não será grande surpresa se a mocinha Rita, de Julianne Trevisol, se transformar em vilã e passar a disputar a atenção do mocinho Francisco, de Guilherme Berenguer, fazendo jogo sujo com a rival Patrícia.
O casal de mocinhos, aliás, não combina. O que não significa que o desempenho de ambos seja fraco. Na verdade, a impressão que se tem é a de que a trajetória da antagonista Patrícia foi mais bem desenvolvida. E, é claro, gerar um bebê com síndrome de Down a coloca em certa vantagem na briga pelo final feliz com o milionário maranhense. Fora que Thaís e Guilherme, desde os primeiros capítulos, sempre combinaram mais juntos do que separados. Ponto para Thaís, que merecia há tempos um bom papel na Record.

Com vários pontos positivos e uma direção eficiente de Alexandre Avancini, assuntos não faltam para movimentar Vidas em Jogo. A própria síndrome de Down e a abordagem do HIV, por exemplo, podem render muito pano para manga nos meses que a novela ainda estará no ar. Assim como a violência contra a mulher, sofrida pela batalhadora Zizi, de Lucinha Lins, e a luta da transexual Augusta, de Denise Del Vecchio, para ser aceita pelo filho Raimundo, de Rômulo Arantes, e pelos amigos de longa data que não conheciam seu passado.
Com tantas opções, o maior perigo parece mesmo deixar que algum dos temas não seja tratado com o espaço merecido, caindo no esquecimento dentro da trama policial do folhetim.

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